Salário mínimo em 2026 pode subir e reforçar poder de compra da população. Confira!

A vida do brasileiro que depende do salário mínimo pode mudar em 2026. O governo federal acaba de revelar a nova previsão para o piso nacional, que pode chegar a R$ 1.627. A estimativa, que será enviada ao Congresso Nacional por meio do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), aponta um crescimento de 7,18% sobre o valor atual, fixado em R$ 1.518.

A proposta, embora otimista, ainda não é definitiva. Isso porque o valor final será ajustado até meados de 2025, a depender da inflação acumulada e do desempenho da economia. Há, inclusive, uma expectativa cautelosa por parte dos técnicos do governo: se as condições forem favoráveis, o salário pode ser até ligeiramente maior, girando em torno de R$ 1.630.

Entenda como o governo calcula o salário mínimo

Para muitos, o salário mínimo parece um número simples, mas sua definição é resultado de uma equação econômica que mistura índices de inflação e crescimento econômico. Segundo as regras estabelecidas pela política de valorização do salário mínimo, a fórmula considera a inflação acumulada até novembro do ano anterior, além da variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.

Ou seja, para que o valor de R$ 1.627 seja confirmado em 2026, o cálculo utiliza a inflação apurada até novembro de 2025 e o PIB de 2024, que fechou em 3,4% segundo dados do IBGE. No entanto, é importante destacar que o ganho real incorporado ao piso está limitado a até 2,5%, como prevê o novo arcabouço fiscal. Essa trava busca impedir que reajustes elevados comprometam o orçamento federal, especialmente em tempos de arrecadação instável.

Reajuste do salário mínimo impacta diretamente benefícios sociais

O piso salarial brasileiro serve como referência para o cálculo de diversos benefícios assistenciais e previdenciários. Sempre que há reajuste, aposentadorias, pensões e auxílios sociais são reajustados automaticamente. Veja alguns exemplos de pagamentos que acompanham o valor do salário mínimo:

• Aposentadorias e pensões do INSS;
  
• Benefício de Prestação Continuada (BPC);
  
• Abono salarial do PIS/PASEP;
  
• Seguro-desemprego.
  

Cada aumento no salário mínimo gera impacto direto nas contas públicas. De acordo com estimativas do Ministério da Fazenda, cada R$ 1 adicionado ao valor do mínimo representa um acréscimo de aproximadamente R$ 389 milhões anuais nas despesas do governo.

Planejamento fiscal prevê equilíbrio mesmo com reajuste

Apesar da elevação prevista, o Ministério da Fazenda segue firme na estratégia de manter as finanças em equilíbrio. A regra é simples: o ganho real do salário mínimo precisa andar lado a lado com o crescimento controlado das despesas federais. Isso significa que, por mais que o mercado pressione por valores maiores, o governo pretende respeitar o teto de 2,5% de aumento real — como forma de não desequilibrar o orçamento.

Projeção pode mudar até a definição final

Embora a projeção de R$ 1.627 esteja registrada no documento oficial que será encaminhado ao Legislativo, ela não é imutável. O valor final será revisto com base nos dados atualizados de inflação e crescimento econômico até junho de 2025. Para se ter uma ideia, na previsão anterior, feita em novembro de 2024, o governo trabalhava com um valor inferior, estimando o mínimo em R$ 1.623.

A recente correção foi impulsionada pela revisão da inflação, que subiu para 4,76% — acima da estimativa anterior de 3,4%. O governo, portanto, sinaliza preocupação em proteger o poder de compra da população, mesmo dentro dos limites impostos pela política fiscal.

O que é o PLDO e qual sua importância?

O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) funciona como um esqueleto do Orçamento da União. Antes de definir quanto será destinado a cada área, o governo precisa estabelecer metas e parâmetros econômicos, como crescimento do PIB, inflação e previsão de arrecadação.

Além disso, o PLDO apresenta o valor proposto para o salário mínimo e define metas fiscais que orientam o planejamento orçamentário do ano seguinte. Sua aprovação pelo Congresso é uma etapa obrigatória antes da apresentação do Orçamento definitivo.

Governo prevê superávit fiscal em 2026

Além do salário mínimo, o PLDO também prevê um superávit fiscal de 0,25% do PIB para 2026. Em outras palavras, o governo pretende gastar menos do que arrecada, considerando apenas as receitas e despesas primárias — excluindo o pagamento de juros da dívida.

O novo arcabouço fiscal permite uma margem de tolerância, o que significa que o resultado pode variar entre 0% e 0,5% do PIB. Contudo, a meta só será considerada cumprida se as despesas não ultrapassarem o limite superior.

Salário mínimo é motor para consumo e renda

O reajuste do salário mínimo impacta diretamente o bolso de milhões de brasileiros. Estima-se que mais de 24 milhões de pessoas recebam rendimentos diretamente atrelados ao piso nacional. Quando o mínimo sobe, o poder de compra tende a se fortalecer, especialmente entre os que destinam grande parte da renda ao consumo.

Esse efeito gera reflexos positivos em setores como comércio e serviços, alimentando a economia local e ajudando a reduzir a desigualdade social.

Economistas e sindicatos analisam a nova projeção

O valor sugerido pelo governo dividiu opiniões no mercado e entre entidades de defesa dos trabalhadores. Enquanto especialistas reconhecem o esforço em manter ganhos reais, mesmo com limitações fiscais, representantes sindicais defendem um reajuste mais expressivo, caso a economia continue apresentando sinais de recuperação.

Empresários, por outro lado, avaliam com cautela o impacto desse possível aumento, já que ele interfere diretamente nos custos de produção, especialmente nos setores que empregam grandes contingentes de trabalhadores com remuneração próxima ao mínimo.

A definição do salário mínimo vai além de uma simples mudança numérica. Trata-se de uma decisão estratégica que busca equilibrar a necessidade de fortalecer a renda dos trabalhadores com a sustentabilidade das finanças públicas.

Com base nos dados atuais, o valor de R$ 1.627 aparece como uma previsão realista e compatível com o cenário econômico, ainda que sujeito a alterações ao longo do próximo ano. Para milhões de famílias que dependem desse rendimento, cada reajuste representa mais do que números: é a esperança de uma vida um pouco mais confortável.