Brasileiros que recebem até R$5.000 mensais podem ter um alívio no bolso em breve. O projeto em discussão no Congresso prevê isenção total para essa faixa de renda e descontos progressivos para quem ganha entre R$5.000,01 e R$7.350. Segundo cálculos oficiais, a medida pode beneficiar cerca de 16 milhões de trabalhadores, sendo 10 milhões com isenção integral e outros 6 milhões com redução parcial do imposto.
Como funciona a proposta do Imposto de Renda
O texto apresentado no PL 1087/2025 estabelece novas regras para a cobrança do Imposto de Renda. Se aprovado, entrará em vigor em janeiro de 2026. A lógica é simples:
- Até R$5.000 por mês: o imposto desaparece totalmente, garantindo isenção.
- De R$5.000,01 a R$7.350: aplica-se uma redução gradual, que diminui conforme a renda sobe.
- Acima de R$7.350: a cobrança segue as tabelas já existentes, sem desconto adicional.
Na prática, quem hoje paga IR dentro da faixa até R$5.000 passaria a não pagar nada, enquanto quem está acima disso sentiria um “alívio parcial”.
Compensações financeiras em debate
A proposta traz um desafio: menos arrecadação para os cofres públicos. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), reconheceu que ainda não há acordo fechado sobre a compensação da perda de receita. Entre as alternativas em estudo estão:
- Aumento de alíquotas para os mais ricos;
- Cobrança extra sobre dividendos e lucros elevados;
- Revisão de benefícios fiscais já concedidos;
- Corte de supersalários e privatização parcial de estatais.
Essas medidas ainda estão em negociação e podem gerar resistência em diferentes setores.
Prazos e tramitação
Para valer já em 2026, a proposta precisa ser aprovada até 30 de setembro de 2025. Esse prazo decorre da chamada noventena tributária, que exige 90 dias de antecedência entre a publicação da lei e sua aplicação.
O Senado já aprovou uma versão alternativa que prevê isenção até R$4.990. O texto agora está sob análise da Câmara, com votação marcada para 1º de outubro. Arthur Lira assegurou que não haverá atrasos, mas ajustes de última hora ainda podem alterar o projeto.
Comparação com a regra atual
Hoje, a faixa de isenção é bem menor e muitos trabalhadores que recebem entre R$ 3 mil e R$ 5 mil já pagam imposto. A mudança proposta representa um salto significativo, ampliando o grupo de contribuintes livres do IR.
- Até R$5.000: deixa de pagar.
- Entre R$5000 e R$7350: paga menos, em escala decrescente.
- Acima de R$7350: não muda, mas pode enfrentar novas alíquotas futuras.
Esse reposicionamento atinge principalmente a classe média, que hoje sente o peso do imposto, mas pode receber um alívio considerável.
Quem ganha e quem perde com a mudança
- Trabalhadores até R$5.000: são os maiores beneficiados com isenção total.
- Renda entre R$5.000 e R$7350: terão desconto parcial.
- Acima de R$ .350: permanecem na tributação atual, podendo enfrentar elevação de alíquotas.
- Quem já é isento hoje: não sente diferença, mas tem sua condição formalizada.
Altas rendas e investidores: podem ser impactados pelas medidas de compensação, como tributos sobre dividendos.